segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Nervochaos

Nervochaos, banda de death metal na ativa há 14 anos, tendo na sua trajetória 4 álbuns, turnês e mudança no line up, se consolida agora com um novo baixista. O baterista Eduardo e precursor da banda, fala nesta entrevista um pouco sobre a história, parcerias e grandes shows já realizados ao longo da carreira. Um ícone para metal brasileiro.


Metal Face: Começar a entrevista pelo mais recente fato. O baixista que estava com vocês, o Felipe, deixou a banda. O que aconteceu?

(Edu Lane) É verdade, ele deixou a banda logo após o lançamento do nosso novo CD. Na verdade ele não conseguiu agüentar o tranco devido a nossa intensa agenda de shows e compromissos com a banda.

MetalFace: E outro Felipe já assumiu o posto, certo? Houve entrosamento e está rendendo um bom trabalho com esse novo integrante?

(Edu Lane) Exato. O ‘novo’ Felipe é muito mais técnico musicalmente do que o anterior e isso facilitou bastante o nosso entrosamento. Ele tem disponibilidade e dedicação suficiente para agüentar os compromissos com banda.  Ele tem ensaiado direto conosco e após duas semanas na banda, irá estrear nos palcos já nesse final de semana. Ainda não começamos a compor material novo, mas acredito que ele irá acrescentar e ajudar bastante também nesse processo todo.

MetalFace: NervoChaos participou do Tributo ao Vulcano neste ano com a música “Legiões satânicas”. Como foi a experiência de ter contribuído na idealização desse projeto e conseqüentemente, essa música ter entrado no novo álbum da banda?

(Edu) A verdade é que foi uma honra para nós participar de um tributo a uma das mais importantes bandas de Metal do cenário nacional. Não só por toda história que o Vulcano tem, mas também pela afinidade que temos com a banda e os músicos. Nós gostamos tanto da idéia e do resultado final, que resolvemos incluir essa faixa no nosso novo CD, assim quem não tiver acesso ao tributo, pode conferir a nossa versão no CD.

Metal Face: Qual foi o segredo para a banda alcançar um patamar tão alto na cena metal brasileira e até mundial ao longo desses dez anos de estrada, seguindo sempre uma mesma linha?

(Edu Lane) Este ano completamos 14 anos de banda. O sucesso para nós é a banda estar na ativa, fazendo shows e lançando material (CDs,...). Acredito que não há um segredo ou fórmula para isso. É pura dedicação, garra e amor ao que fazemos. As dificuldades existem e sempre vão existir. A banda é e sempre será uma banda que se faz ao vivo. Nós acreditamos que devemos tocar o máximo possível. Uma banda só cresce e consegue algum reconhecimento dessa forma. Acredito que os frutos que estamos começando a colher são decorrentes disso.

Metal Face: Ter tocado ao lado de bandas como Mayhem, Cannibal Corpse, Vulcano,etc, acrescenta muito à bagagem de uma banda brasileira. Na percepção de vocês, como acha que as bandas gringas vêem as brasileiras?

(Edu Lane) O Brasil é com certeza um dos maiores ‘berços’ do Metal mundial. Desde os anos 80, o Brasil vem revelando bandas de alta qualidade. Nos anos 80, o Sepultura abriu todas as portas para o Brasil nesse sentido e agora o Krisiun vem fazendo isso também. Eu acredito que as bandas gringas dão muito valor a nossa cena e as nossas bandas. Isso porque as bandas brasileiras sempre tiveram um ‘tempero’ especial na questão musical, que está impressa nas músicas e no subconsciente dos músicos brasileiros, fazendo com que haja uma ‘marca registrada’ e um diferencial no som das bandas nacionais.

Metal Face: E qual desses shows teve para vocês um valor inestimável? Por quê?

(Edu Lane) Para nós, todos os shows são importantes e tocamos sempre como se aquele fosse o nosso último show. É sempre uma grande honra e um tremendo aprendizado para nós dividir o palco com nomes já consagrados do Metal mundial. Aproveitamos essas ocasiões para aprender e evoluir como banda e músicos. Tocar com o Carcass foi uma experiência memorável, assim como com o Possessed, D.R.I., Cannibal Corpse, Mayhem ou o Venom. Difícil citar somente um destes shows...

Metal Face: No ano de 2008 a banda entrou em turnê pela Europa e fez 24 shows em 25 dias, por diferentes países. Como foi essa experiência? Maçante e exaustiva ou deu pra aproveitar as viagens, lugares e fãs?Como foi a recepção do público?

(Edu Lane) Foi realmente fantástica para nós essa primeira turnê pela Europa. Claro que é cansativo, pois foram shows todos os dias, mas a receptividade por parte do público, imprensa e bandas não poderia ter sido melhor, superando as nossas próprias expectativas. Quando fazemos uma turnê como essa, é muito difícil conseguirmos tempo livre para conhecer os lugares, mas isso foi solicitado por nós para a nossa ‘booking agency’, pois queremos tocar ao máximo e ficar focados na turnê. Agora em Outubro, voltaremos para mais uma turnê pela Europa, sendo ainda maior do que a anterior.

Metal Face:  Todos os membros da banda contribuem ativamente nas composições e arranjos?

(Edu Lane) No passado, nem todos contribuíram para esses processos. Acredito que com a nossa atual formação isso será diferente, pois todos são muito ativos e trazem boas idéias para a banda.

MetalFace:  Banda death metal tem pitada de outros gêneros, como thrash/grind, trazendo mais velocidade e agressividade ao longo da carreira, que pode-se notar nas músicas como “Pazuzu Here”  com guitarras bem elaboradas e os vocais incansáveis de brutalidade em “Infernal words” são alguns bons  exemplos .Esse progresso composicional  se deve a que aspectos?

(Edu Lane) Nós sempre procuramos evoluir como banda, mas sem deixar de sermos fiéis as nossas raízes. Estamos sempre em busca da nossa sonoridade própria e acredito que essa evolução musical entre um CD e outro é natural. Algo que ajuda também é o ‘sangue novo’ que entra na banda através dos novos integrantes.

Metal Face: A arte gráfica do último álbum “Battalion of Hate” é completamente conceitual. Segue a linha de imagens computadorizadas de guerra que já é marca registrada da banda. No formato digipack, ele se abre e forma uma cruz invertida. Como surgiu a idéia e como foi seu processo de criação? Em quais outros aspectos houve inovações nessa nova fase da banda?

(Edu Lane) A idéia surgiu conversando com o pessoal da Metal Media. Nós queríamos fazer algo especial para os fãs, ao menos para a primeira prensagem, e curtimos bastante a idéia de fazer em formato digipack, que quando aberto se transforma numa cruz invertida. Quem fez a capa foi o Marcelo Vasco que atualmente é um dos melhores designs gráfico que existe no mundo. Ele captou muito bem o conceito que tínhamos para esse novo CD e não poderia ter desenvolvido um trabalho gráfico mais apropriado do que esse.  Neste novo trabalho nós demos um passo à frente em termos de composição musical e na parte lírica também. Isso tudo é decorrente do nosso amadurecimento como banda e da incessante busca pela sonoridade própria.

Metal Face: Vocês entraram agora para o cast da Metal Army (divulgação e realização de shows).Qual a importância que vocês dão para empresas independentes e selos de pequeno e médio porte?

(Edu Lane) É verdade. Fechamos com a Metal Army para agendamento de shows no território Brasileiro. Achamos de total importância empresas como ela para a cena nacional. Afinal, são eles que fazem e movem a nossa cena, pois as grandes só estão interessadas em lucrar e muitas vezes vêm às bandas como meros produtos ou números.

Metal Face: E quais os planos da banda para esse segundo semestre?Turnês e grandes viagens em vista?

(Edu Lane) Nós vamos continuar divulgando o nosso novo CD “Battalions of Hate” dando seqüência a nossa nova turnê “Lords of Chaos”. Queremos ultrapassar a marca de 60 shows nesta nova turnê. Temos feito no decorrer do ano, grande parte da América do Sul (Chile, Paraguai, Peru, Argentina,...) e do Brasil. Em Outubro iremos para uma turnê na Europa que deve durar o mês todo. Ou seja, até o final deste ano queremos tocar o máximo possível.

Metal Face: Agradeço a entrevista e deixo agora o espaço para suas palavras finais.Força e honra a vocês.Muito sucesso e que levem cada vez mais longe o que o país tem de qualidade musical.

(Edu Lane) Eu é que agradeço pela excelente entrevista e pelo espaço cedido à banda. Também somos muito gratos pelo vosso apoio a nós e a cena nacional. Quem tiver interessado em acompanhar a banda ou saber mais sobre nós, visitewww.myspace.com/nervochaos

entrevista por: Larissa.B.Varella

Um comentário:

  1. Falar mal do Felipe eu não aceito não cara ...
    Ele teve problemas com a mae dele que passou por 3 cirugias do coração e quase faleceu .. Para o Eduardo deve ser facil falar mal dos integrantes que passam pela a banda ele é playboy mesmo , paga gravadora , paga show´s agora seria muito dificil para ele com o `` TALENTO ´´ dele assumir todas as responsabilidades de uma vida dura e dificil , como a maioria dos musicos . Nenhum dos ex integrantes são de familia rica e precisam trabalhar e cuidar de suas familias .
    Batallions of hate é o melhor album da banda de longe , muito melhor que todos os anteriores , isso é nítido , isso se deve ao Daniel , Vinicius e ao Felipe .
    Voce deve muito a eles e e está tocando ainda é por causa dos 3 e de outros que passaram pelo nervochaos .

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